Lusitanistentag (CfP) Sektion/Secção: Die Übersetzung der Reise und die Reise der Übersetzung. Raumzeitliche Bewegungen in literarischen, filmischen und künstlerischen Übersetzungen / A tradução da viagem e a viagem da tradução. Modos de atravessar o espaço- tempo em traduções literárias, fílmicas e artísticas

Direção / Leitung: Prof. Susana Kampff Lages und Prof. Johannes Kretschmer (Universidade Federal Fluminense, Brasilien)

Descrição / Beschreibung:
Die Sektion fokussiert Übersetzung als Ereignis, das dazu anregt, nicht nur über eine spezifische Phänomenologie des Raumes und seine physische und metaphorische Entfaltungsmöglichkeiten nachzudenken, sondern auch die unabdingbare Beziehung des Raumes mit der Zeit in der Dialektik von Nähe und Distanz zu erkunden. Da Welt und Objekte in einem gemeinsamen Raum und in einen gemeinsamen Zeitfluss koexistieren, schlagen wir vor, die künstlerischen, filmischen und literarischen Darstellungen des Reisens im lusophonen Kulturraum zu thematisieren. Wenn das Überwinden von Distanz heißt, auf Bilder und auf Imaginäres zu rekurrieren, und wenn nach De Certeau Gehen heißt, den Raum oder ein topographisches System zu beherrschen (so wie Sprechen heißt, eine Sprache zu beherrschen), dann bedeutet Reisen Gehen als Exil. In Zeiten der Massenmigration kann die Figur des Exilierten und die Erfahrung des Exils als Paradigma für die mannigfaltigen Reisen in Werken und deren Übersetzungen in andere Sprachen und kulturelle Kontexte dienen. Der selbstgewählte oder erzwungene Weg ins Exil bedeutet die Überbrückung sprachlicher und kultureller Grenzen sowie eine neue Wahrnehmung des Raumes und der Zeit, des Fremden und des Eigenen, des Nahen und des Fernen. Besonders willkommen sind Beiträge, die die Übersetzung von Werken behandeln, die aus Exilerfahrungen hervorgegangen sind oder solche zur Diskussion stellen. Wenn Existieren darin besteht, sich nach außen zu projizieren, sich auf etwas zuzubewegen, das außerhalb des Subjektes liegt, dann heißt das Nachdenken über räumliche Ausfaltungen auch, das Augenmerk zu richten auf Übergänge, die zwischen der Sphäre der subjektiven Intimität und der der Gemeinschaft bestehen, wie auch auf Möglichkeiten, wie die Sprache des privaten Raumes in eine gemeinsame Sprache übertragen werden kann. In diesem Sinne wird etwa die Übersetzung autobiographischer Werke zum Angelpunkt der Diskussion über die Spannungen, die aus der subjektiven räumlichen Wahrnehmung resultieren. Da der Topos der Reise in all seinen Varianten ein konstitutiver Bestandteil der historisch-kulturellen Identität der portugiesischsprachigen Länder ist, können wir uns gut Beiträge vorstellen, die diese grundlegende kulturelle Erfahrung miteinbeziehen, und erwarten Vorschläge, die sich mit der Übersetzung von Werken auseinandersetzen, die der Gattung der Reiseliteratur im weitesten Sinne zugeschrieben werden. Ebenfalls können Topoi behandelt werden, die im Zusammenhang mit Theorien der Räumlichkeit in literarischen oder künstlerischen Texten und deren Übertragungen in andere kulturellen Räume stehen. Nicht weniger wichtig ist die Rolle, die die Erinnerung bei der Produktion von subjektiven oder objektiven räumlichen Repräsentationen spielt. Ausserdem können Beiträge angenommen werden, die von der Tradition der Erinnerungskunst oder von aktuellen Theorien des individuellen und kollektiven Gedächtnisses ausgehen, um die auktoriale und gedächtnisstiftende Dimension des Übersetzens oder aber literarische, filmische und künstlerische Übersetzungen als der privilegierte Ort der Kritik und des Kreativ-Schöpferischen zu diskutieren, die unterschiedliche Zeitschichten im räumlichen Kontinuum gestalten.
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Nosso simpósio pretende focalizar a tradução como evento capaz de acionar uma particular fenomenologia do espaço e de seus desdobramentos físicos e metafóricos, bem como, em sua dialética entre proximidade e distância, explorar sua inevitável relação com o tempo. Uma vez que o mundo e as coisas coexistem num mesmo espaço, envolvidos num mesmo fluxo temporal, propomos aqui uma reflexão sobre o tema da viagem e suas representações artísticas, fílmicas e literárias no universo cultural lusófono. Se para atravessar a distância é preciso recorrer tanto a imagens quanto à imaginação e se, como afirma De Certeau, caminhar é dominar o espaço, um sistema topográfico, da mesma forma como falar é dominar a linguagem, a viagem torna-se um exílio caminhante. Em tempos de migrações em massa, a figura do exilado e a experiência do exílio podem servir de paradigma para uma reflexão sobre as múltiplas viagens empreendidas nas obras e em suas traduções para diferentes línguas e contextos culturais. Por opção ou por necessidade, o percurso em direção ao exílio implica a transposição de fronteiras linguísticas e culturais e uma nova percepção do espaço-tempo, do estranho-estrangeiro e do próprio, do próximo e do distante. Serão particularmente benvindos trabalhos que tematizem a tradução de obras que provenham de experiências de exílio ou as coloquem em discussão. Se existir significa projetar-se para fora, ir em direção a algo exterior ao sujeito, uma reflexão sobre os desdobramentos espaciais implica também considerar os trânsitos que ocorrem entre o mundo da intimidade subjetiva ao da comunidade, as possibilidades de transpor a linguagem do espaço íntimo, privado, para uma língua comum, compartilhada. Nesse sentido, a tradução de obras de caráter autobiográfico poderá ancorar uma discussão sobre as tensões que a percepção espacial subjetiva pode criar. Ademais, sendo o topos da viagem e todas as suas declinações parte constitutiva da identidade histórico-cultural dos países de língua portuguesa, espera-se que ele possa ensejar reflexões que incorporem essa experiência cultural fundadora. Reflexões sobre a tradução de obras do amplo campo abrangido pelo gênero da literatura de viagem deverão ter seu lugar em nosso encontro, bem como explorações da constelação conceitual abarcada por topoi relacionados à reflexão sobre a espacialidade em textos literários ou artísticos e suas transposições de um espaço cultural para outro. Finalmente, mas não menos importante, é a consideração do papel da memória na constituição de representações espaciais, sejam elas objetivas ou subjetivas. Portanto, seja na esteira da tradição da arte da memória clássica, seja no marco de reflexões contemporâneas sobre a memória individual ou coletiva, serão aceitos trabalhos que discutam tanto o papel do tradutor em sua dimensão autoral e memorial quanto o papel de traduções literárias, fílmicas e artísticas como lugares privilegiados de crítica e criação que acolhem diferentes camadas de tempo no contínuo espacial presente.


Contacto / Kontakt:

Susana Kampff Lages: susanaklages@hotmail.com
Johannes Kretschmer: jk@id.uff.br

Beitrag von: Johannes Kretschmer