Stadt: Leipzig

Frist: 2021-05-31

Beginn: 2021-09-15

Ende: 2021-09-19

URL: https://www.lusitanistentag2021-leipzig.de/pagina-inicial/secoes/estudos-literarios/

In der post-globalen Welt transformieren diverse Faktoren den geographischen Raum des Amazonas in einen Ort, an dem sich Spannungen zwischen den Interessen des Finanzkapitals, nationale, entwicklungspolitische Agenden zur Ausweitung der Agrarproduktion, und der Rohstoffgewinnung einerseits, sowie der wachsenden Bedrohung der Menschheit durch den Klimawandel, der Verteidigung der biologischen Vielfalt, der Rechte und Autonomie der indigenen und bäuerlichen Gebiete andererseits, in gewalttätigen Auseinandersetzungen materialisieren. Aus der Perspektive der Ästhetik, der kritisch-literarischen Theorie und der Kulturgeschichte konzentriert sich dieses Panel auf die Temporalitäten des Amazonasgebiets und beschäftigt sich mit den Reminiszenzen, Perzeptionen und Projektionen dieser Spannungen in künstlerischen und literarischen Werken. In Bezug auf die Reminiszenzen einer textuellen und visuellen Geschichte zwischen dem 19. und 20. Jahrhundert wurde Amazonien stets als ein Raum unkontrollierbarer und überbordender, wilder Natur dargestellt; als ein liminales Territorium der sogenannten Zivilisation (Euclides da Cunha, Margem da História, 1909) und des Gesetzes (Finazzi-Agrò, 2015), in dem Gastlichkeit und Feindseligkeit ohne Widerspruch koexistierten. In Bezug auf Perzeptionen und Projektionen wurden Amazonien und die Tropen schon sehr früh zum zentralen Locus europäischer Imaginationen ihres Anderen. Jener Ort fungierte jedoch gleichzeitig als Vorstellung eines irdischen Paradieses voller Fülle und Fruchtbarkeit und als Materialisierung der Hölle mit unzähligen Tropenkrankheiten, gefährlichen Wildtieren und der europäischen Idee klimabedingter Degeneration des Intellekts (Ette 2015: 148) –– kurz als ein grünes Inferno (Alberto Rangel, 1908), das bis zur zweiten Hälfte des 20. Jahrhunderts und dem Beginn der Militärdiktatur in Brasilien (1964 – 1989) andauerte. Darüber hinaus oszillieren die Vorstellungen vom indigenen Leben zwischen Entsetzen – wie dem von Hans Staden illustrierten tribalen Kannibalismus – und Idealisierung, die in der Konzeption des „edlen Wilden“ und des brasilianischen romantischen Indigenismus zum Ausdruck kommt. In der ersten Hälfte des 20. Jahrhunderts wurde das Bild der Ureinwohner in Oswald de Andrades „Manifesto Antropófago“ (1928) für die Konstruktion einer nationalen Identität verwendet. Das Konzept der Oswald‘schen Anthropophagie wurde in den 1970er Jahren in eine postkoloniale Kulturstrategie avant la lettre verwandelt, die die Fähigkeit beschreibt, fremde kulturelle Elemente zu absorbieren und in etwas Neues umzuwandeln, das schließlich Bestandteil der brasilianischen Kultur wird. Solcherlei Darstellungen sind jedoch noch immer ein Konstrukt, um die tatsächliche Natur Amazoniens zu imaginieren (Métraux, 1928; Sá, 2004). Die Art und Weise, wie Amazonien gedacht wird, basiert auf einer bestimmten Kultur der sozialen Kontrolle des Imaginären (Costa Lima, 1989), der Natur und ihrer Beziehung zur Literatur. An der Schwelle des 21. Jahrhunderts fordert eine Reihe von Texten, die indigene Stimmen repräsentieren, eine Autoimagination des Waldes und seiner Lebensformen ein und hinterfragt die Konzeptionen von Amazonien, die diesem Raum eine exzentrische Perspektive zuschreiben. Texte wie La Chute du Ciel (2010) von Davi Kopenawa und Bruce Albert, Ideias para adiar o fim do mundo (2019), O amanhã não está à venda (2020) und A vida é inútil (2020), von Ailton Krenak, hinterfragen die Konzeption des Menschen, die in Oposition zur Flora und Fauna und zur Natur allgemein errichtet wurde und die in den Beschreibungen des Anthropozäns und in dem, was Álvaro Faleiros die „schamanische Übersetzung“ nannte (2020), widerhallt. In diesem Sinne hat das Panel zum Ziel, diese neuen und sich verändernden Perspektiven auf Amazonien zu diskutieren. Es untersucht die zentrale Rolle, die Texte (gedruckt und nicht gedruckt) und Bilder bei der imaginierten Konstruktion Amazoniens als realen und bewohnten Raum spielen, in dem gleichzeitig Kozepte des kosmischen und kommunitären Zusammenlebens entstehen.
Bitte richten Sie ihre Beitragsvorschläge bis zum 31.5.2021 per e-mail an die Koordiantor*innen (pauline.bachmann@uzh.ch; eduardo.jorge@rom.uzh.ch; andre.masseno@uzh.ch; dcarrillo.morell@rom.uzh.ch ). Die Abstracts sollten nicht länger als 250 Wörter sein.

Amazônia (i)limitada: Reminiscências, percepções, projeções a partir de textualidades do século 21
No mundo pós-global, a tensão entre os interesses do capital financeiro, as agendas nacional-desenvolvimentistas que procuram expandir a produção agrícola, a extração de matéria-prima, a crescente ameaça à humanidade através das mudanças climáticas, a defesa da biodiversidade, os direitos e a autonomia das terras indígenas e camponesas são fatores que transformam o espaço geográfico da Amazônia em um lugar onde estas tensões materializam confrontos violentos. Da perspectiva da estética, da teoria crítico-literária e da história cultural, este painel pretende focar as temporalidades amazônicas, lidando com as reminiscências, percepções, projeções através de obras artísticas e literárias. Em termos de reminiscências de uma história textual e visual entre os séculos XIX e XX, a Amazônia sempre foi representada como um espaço da incontável e incalculável natureza selvagem; um território liminar às margens da chamada civilização (Euclides da Cunha, Margem da história, 1909) e da lei (Finazzi-Agrò, 2015), onde a hospitalidade e a hostilidade foram coexistindo sem contradição. No que concerne as percepções e projeções, a Amazônia e os trópicos tornaram-se muito cedo o lócus central para o imaginário europeu de seu outro. No entanto, tal lócus funcionou como a imaginação do paraíso terrestre, repleto de abundância e fertilidade, e ao mesmo tempo como a materialização do inferno, com inúmeras doenças tropicais, vida selvagem perigosa e a ideia europeia de degradação intelectual através do clima tropical (Ette 2015: 148) –– em suma, como um Inferno verde (Alberto Rangel, 1908) que se prolongou até a segunda metade do século XX com a ditatura militar no Brasil (1964 – 1989). Além disso, as imaginações de vida indígena oscilam entre o assombro – como o canibalismo tribal ilustrado por Hans Staden –, e a idealização expressa na concepção do “bom selvagem” e do indianismo romântico brasileiro. Na primeira metade do século XX a imagem do indígena foi utilizada para a construção da identidade nacional no “Manifesto Antropófago”, de Oswald de Andrade (1928). O conceito da Antropofagia oswaldiana foi então transformado em uma estratégia cultural quase pós-colonial durante os anos 1970, quando passou a ser concebido como a capacidade de absorção de elementos culturais estrangeiros, sendo transformados em algo novo que se torna um componente da cultura brasileira. No entanto, tais representações não deixam de constituírem um constructo para a imaginação sobre a própria natureza da Amazônia (Métraux, 1928; Sá, 2004). A forma como se concebe a Amazônia está culturalmente fundamentada no controle social do imaginário (Costa Lima, 1989), da natureza e sua relação com a literatura. No limiar do século XXI, uma série de textos que representam vozes indígenas vem reivindicar uma autoimaginação da floresta e de suas formas de vida, desafiando as concepções sobre a Amazônia que impuseram uma perspectiva excêntrica àquele espaço. Textos como A queda do céu (La Chute du Ciel, 2010) de Davi Kopenawa e Bruce Albert, e Ideias para adiar o fim do mundo (2019), O amanhã não está a venda (2020) e A vida é inútil (2020), de Ailton Krenak, questionam o próprio conceito do humano construído em oposição à flora e fauna, ou seja, em oposição à natureza, que ecoa nas descrições do Antropoceno e no que Álvaro Faleiros chamou de tradução xamânica (2020). Neste sentido, este painel procura discutir estas novas e mutáveis perspectivas da Amazônia, investigando o papel central que os textos (impressos e não impressos) e as imagens performam na construção imagética da Amazônia como um espaço real e habitado, onde pode surgir um conceito de co-habitação simultanemente cósmico e comunitário. Por favor enviam as suas propostas até o dia 31.5.2021 por e-mail aos coordenadores do painel (pauline.bachmann@uzh.ch; eduardo.jorge@rom.uzh.ch; andre.masseno@uzh.ch; dcarrillo.morell@rom.uzh.ch ). Os resumos não deveriam superar os 250 palavras.

Beitrag von: Pauline Bachmann

Redaktion: Unbekannte Person