Stadt: Heidelberg

Ende: 2022-01-31

Temporalitäten des Naturalismus in Brasilien: Breite Gegenwart und Wiederkehr einer literarischen Ästhetik

Die Entstehung des Naturalismus in Brasilien ist eng mit der Suche nach einem Projekt der Nation verbunden. Nach der Abschaffung der Monarchie und der Sklaverei gilt es, eine neue brasilianische Nationalidentität zu definieren und vor allem eine glanzvollere Zukunft für ein Land zu imaginieren und sodann politisch zu konstruieren, das innerhalb einer ungleichen Weltordnung von mächtigeren Ländern ökonomisch beherrscht wird. Der Literatur und insbesondere dem Naturalismus kommt in diesem Prozess der Imagination der Nation eine zentrale Rolle zu (B. Anderson, 1998).
Inspiriert vom europäischen Naturalismus, dem Positivismus und wissenschaftlichen Diskursen wie Sozialdarwinismus und Evolutionismus diskutieren brasilianische Intellektuelle der (weder als einheitliche noch homogene Gruppe zu verstehenden) “Generation 1870” diese Konzepte kontrovers, untersuchen ihre Anwendbarkeit auf den brasilianischen Kontext und denken über die Möglichkeit nach, dem Studium der Literatur eine objektive Grundlage zu geben (R. Ventura, 1991). So erklärt beispielsweise Araripe Júnior die tropische Umgebung Brasiliens zu einer kreativen Quelle für neue Themen und literarische Formen, um so einen genuin brasilianischen nationalen Literaturstil zu begründen.
Im Kontext der Diskussionen der gesellschaftlichen Elite werden jedoch nicht nur literarische Themen diskutiert, sondern es werden auch Zukunftsprojektionen entworfen, die das Projekt des “branqueamento” (L. Schwarcz, 1993; Th. Skidmore, 1976) zum Gegenstand haben, d.h. die Frage, wie sich Brasilien zukünftig zu einer ‘weißen’ Nation entwickeln könne.

Während der Naturalismus am Ende des 19. Jahrhunderts zur vorherrschenden literarischen Strömung avanciert, kehrt er im 20. Jahrhundert auf verschiedene Weise wieder, beladen mit anderen Implikationen und politischen Projekten. In diesem Sinne identifiziert die Literaturwissenschaftlerin Flora Süssekind drei Momente des brasilianischen Naturalismus: das 19. Jahrhundert – der wissenschaftliche Naturalismus, der mit dem Positivismus verbunden war und zu einem ästhetischen und ideologischen Instrument der nationalen Identitätsbildung wurde; die 1930er Jahre – der wirtschaftliche Naturalismus, der unter dem Einfluss des sowjetischen Realismus die Produktion des Regionalismus prägte; und die 1970er Jahre – der journalistische Naturalismus, der einen Teil der nationalen Literatur während des Militärregimes prägte (Süssekind 1984).
Andere Literaturkritiker weisen auf eine neue Phase der naturalistischen Ästhetik in der brasilianischen Literatur der Gegenwart hin. In der vierten Wiederkehr des Naturalismus stechen Werke wie Cidade de Deus von Paulo Lins, Capão Redondo von Ferréz und viele andere hervor, die hauptsächlich von marginalisierten Akteuren aus den Territorien der Peripherie produziert werden (H. Buarque de Hollanda 2014, B. Resende 2008 und K. E. Schøllammer 2013).

Der geplante Sammelband zum Thema „Temporalitäten des Naturalismus in Brasilien: Breite Gegenwart und Wiederkehr einer literarischen Ästhetik“ nimmt sich vor, die Formen des Naturalismus in der brasilianischen Literatur vom 19. Jahrhundert bis heute zu identifizieren und zu diskutieren und zielt auch darauf ab, den historischen Kontext und die Bedingungen zu analysieren, die die wiederkehrende Präsenz sowie die Resignifizierungen der Naturalismen im Laufe der Zeit ermöglichen. Erwünscht sind Beiträge, die folgende Fragen bearbeiten:

Wie artikulieren sich Literatur und wissenschaftliche Diskurse im 19. und 20. Jahrhundert? Welche Visionen der Gegenwart und Projektionen der Zukunft sind diesem ersten Naturalismus eingeschrieben? Wie positioniert sich der Naturalismus im Verhältnis zu den politischen Projekten der brasilianischen Elite des 19. Jahrhunderts? Dient der Naturalismus als Instrument der Aufrechterhaltung und Regulierung der sozialen und hierarchischen Struktur jener Zeit? Und kann man behaupten, dass die von der brasilianischen Elite des 19. Jahrhunderts erdachte Nation den Naturalismus in seinen verschiedenen Phasen beeinflusst hat? Wie lassen sich in den folgenden Jahrzehnten neue Naturalismen identifizieren? Wie wiederholen oder erneuern sich naturalistische Ästhetiken und welche neuen politischen Implikationen ergeben sich aus ihrer Wiederkehr? Welche simultanen und multiplen Zeitlichkeiten können wir bei der Rückkehr und den Kontinuitäten des Naturalismus in der zeitgenössischen brasilianischen Literatur beobachten? Auch Beiträge, die die “Akklimatisierung” des Naturalismus in Brasilien und die Beziehungen zwischen Realismus und Naturalismus untersuchen, sind in unserem Sammelband willkommen.

Wir freuen uns über die Zusendung eines Resümees (max. 550 Wörter) mit Bibliographie auf Deutsch oder Portugiesisch und einer kurzen Bio-Bibliographie unter Angabe der aktuellen institutionellen Funktion und Zugehörigkeit bis zum 31. Januar 2022 an: sarah.burnautzki@rose.uni-heidelberg.de, peregrinomiriane@gmail.com.
Im Anschluss an die Evaluation der eingereichten Vorschläge werden wir eine Auswahl treffen und in einem weiteren Schritt dazu auffordern, einen ausgearbeiteten Aufsatz einzureichen.

Temporalidades do naturalismo no Brasil: presente amplo e ressurgimentos de uma estética literária

A emergência do naturalismo no Brasil coincide com um momento de transição histórica importante, marcado pela procura de um novo projeto da nação. Após a abolição da monarquia e da escravatura, se tratava de definir uma nova identidade nacional brasileira e, sobretudo, imaginar e depois construir politicamente um futuro para um país economicamente dominado dentro de uma ordem mundial desigual. A literatura e, especialmente o naturalismo, desempenham um papel central neste processo da imaginação da nação (B. Anderson, 1998).

Inspirados pelo naturalismo europeu, pelo positivismo e por discursos científicos tais como darwinismo social, evolucionismo, os intelectuais brasileiros da “geração de 1870” (apesar de nunca ter sido um grupo unido ou homogêneo), discutem estes conceitos de forma polêmica, examinam sua aplicabilidade ao contexto brasileiro e pensam sobre a possibilidade de dar um fundamento objetivo ao estudo da literatura (R. Ventura, 1991). Alguns como Araripe Júnior elevam o meio tropical brasileiro a uma fonte criativa de novos temas e formas literárias criando, assim, um estilo literário nacional genuinamente brasileiro.

No âmbito das discussões da elite, entretanto, não se discutem apenas questões literárias, é possível verificar em suas projeções para o futuro, o ideal de “branqueamento” (L. Schwarcz, 1993; Th. Skidmore, 1976), ou seja, a tendência de um projeto eugenista iniciado no século XIX.

Embora o naturalismo se tenha tornado a corrente literária dominante no final do século XIX, ressurgiu de várias formas diferentes no século XX, carregado com outras implicações e projetos políticos. Neste sentido, a crítica literária Flora Süssekind identifica três momentos do naturalismo brasileiro: Século XIX – o naturalismo científico, associado ao positivismo, e que se tornou um instrumento estético e ideológico para formação da identidade nacional; década de 1930 – o naturalismo econômico que, sob influência do realismo soviético, marcou a produção do regionalismo; e década de 1970 – naturalismo jornalístico que caracterizava parte da literatura nacional durante o regime militar (Süssekind 1984).

Outros críticos literários apontam para as novas temporalidades da estética naturalista na literatura brasileira nos nossos dias. No que seria o quarto retorno do naturalismo, segundo alguns, destacam-se obras como “Cidade de Deus” de Paulo Lins, “Capão Redondo” de Ferréz, e muitas outras, sobretudo, produzidas a partir de agentes e territórios periféricos (H. Buarque de Hollanda 2014, B. Resende 2008 e K. E. Schøllammer 2013).

A antologia sobre o tema “Temporalidades do naturalismo no Brasil: presente amplo e ressurgimentos de uma estética literária” se propõe a identificar e discutir as formas do naturalismo na literatura brasileira do século XIX aos nossos dias e visa ainda analisar também o contexto histórico e condições que permitem a ressignificação e presença constante dessa estética ao longo do tempo. Trataremos as questões seguintes:

Como a literatura e os discursos científicos se articulam nos séculos XIX e XX? Que visões do presente e projeções do futuro se inscrevem nesse naturalismo? Como o naturalismo se posicionava frente aos projetos políticos tocados pela elite brasileira do século XIX? O naturalismo serviu como instrumento de manutenção e normativização da estrutura social e hierárquica desse período? E é possível afirmar que a Nação idealizada pela elite brasileira do século XIX teve influência e afetou o naturalismo? No entanto, e nas décadas seguintes, poderemos também identificar novos naturalismos? Como fenômenos literários como o naturalismo ressurgem e quais seriam as novas implicações políticas que eles carregam? E quais temporalidades simultâneas e múltiplas podemos observar nos retornos e continuidades do naturalismo na literatura brasileira contemporânea? Trabalhos voltados para critica da “aclimatação” do naturalismo no Brasil e das relações entre realismo e naturalismo também são bem-vindos na nossa antologia.

Agradecemos o envio de seu resumo (máximo de 550 palavras) com bibliografia em alemão ou português e uma breve bio-bibliografia, indicando a atual afiliação institucional até 31 de janeiro de 2022 para: sarah.burnautzki@rose.uni-heidelberg.de e peregrinomiriane@gmail.com.
Após a avaliação das propostas apresentadas, faremos uma seleção e em uma etapa posterior convidaremos a apresentar os artigos elaborados para publicação.

Beitrag von: Sarah Burnautzki

Redaktion: Redaktion romanistik.de