Stadt: Rio Branco, Acre, Brasilien

Frist: 2018-01-29

Beginn: 2017-09-01

Ende: 2018-01-29

URL: https://www.jalla2018.org/

Im nächsten Jahr finden in Rio Branco (Acre, Brasilien) die XIII JORNADAS ANDINAS DE LITERATURA LATINOAMERICANA statt (6.-11. August 2018).

Dr. Marcos Machado Nunes und Dirk Brunke (Ruhr-Universität Bochum) organisieren eine Sektion mit dem Thema: Perspectivas transgressoras: espaço continental e universalismo na literatura do século XIX

Anbei die Sektionsbeschreibung:

O século XIX é uma época de muitas incertezas. A independência política das colônias envolveu a busca de uma identidade cultural nas novas nações da América Latina. O fracasso de projetos altamente ambiciosos – como a pátria grande na América Hispânica – e a eclosão de conflitos militares sobre a questão da formação do Estado nacional – como a ditadura de Rosas na Argentina ou o período regencial no Brasil – demonstram a instabilidade quanto a espaços de identidade dos sujeitos americanos do século XIX. O Romantismo como fenômeno literário forneceu respostas.

Duas dessas respostas foram o costumbrismo, na América hispânica, e o regionalismo, no Brasil, que procuraram, entre outros, escrever e conservar na literatura a história e os costumes particulares de certas regiões. As passagens sobre o Vale do Cauca, no romance María, de Jorge Isaacs (1867), ou a rica tradição gauchesca são dois exemplos paradigmáticos do enfoque romântico sobre o local e o regional e que, ao mesmo tempo, fazem parte do nation building e dos respectivos cânones nacionais.Nesses tempos de incerteza, de indefinições, construções e reconstruções políticas e identitárias, pensar em perspectivas mais amplas também é uma possibilidade. Para os românticos, a América, como realidade natural singular e anterior aos espaços fabricados das ações, seria capaz de inspirar a literatura nova de um novo homem. Construída na oposição ao peninsular, a identidade americana tanto vai se articular com os diferentes discursos localistas durante a emancipação, como vai ser o centro de projetos políticos mais ambiciosos, como os de San Martín e Simón Bolívar. Mais tarde, já em meados do século, com o desenvolvimento da geopolítica norte-americana no continente, afloram diferentes modalidades – complementares ou antagônicas – de um integracionismo pan-continental (concretizado, entre outros, no Congresso do Panamá e nas Conferências Panamericanas). Desde a América dos românticos e “Las dos Américas”, de Caicedo (1857), passando pel_O Guesa_, de Sousândrade (1858-1884), e os Cantos del Peregrino, de Mármol (1864), até as reações de Martí e Rodó ao neocolonialismo de finais do século, encontramos a busca de referências espaciais mais amplas que expressam uma nova auto-concepção do Continente. Ao mesmo tempo, as grandes narrativas do progresso e da civilização, que acompanham o novo colonialismo industrial da segunda metade do século XIX, desafiam as identidades locais a se posicionarem numa ampla linha evolutiva da história humana. Nessa perspectiva universalista, procura-se articular questões tidas como ontológicas, cosmogônicas e transistóricas numa literatura que, não raro, volta a buscar parâmetros clássicos, em oposição às estéticas da cor local que marcaram os romantismos nacionais. Esse universalismo encontrará no esteticismo do Modernismo hispânico ou do Parnasianismo brasileiro, a sua expressão literária mais típica. Restará por equacionar, muitas vezes, o problema da integração das nações e realidades locais nos panoramas transnacionais e transepocais, assim como as atualizações dos “dramas universais” nas realidades locais concretas (como em Machado de Assis, p.ex.).As tendências panamericanas e universalistas têm grande impacto sobre o ensaio e a lírica (p.ex. José Enrique Rodó, José Santos Chocano), mas também sobre gêneros do século XIX menos estudados, como a épica. Observamos, por exemplo, na poesia épica, além das narrativas heroicas sobre a fundação de coletividades nacionais (como a Confederação dos Tamoios, de Magalhães, ou Tabaré, de Zorilla de San Martín), SIMPÓSIOS TEMÁTICOS JALLA 2018 no. 38, uma tendência universalista. No caso do poema Colombo, do brasileiro Araújo Porto-Alegre (1866), essa tendência leva a uma reinterpretação da figura do descobridor como herói das ciências. Já nO Guesa, a perspectiva trans-ou pan-continental está associada ao núcleo da construção narrativa. A errância do herói perseguido permite, pelo encadeamento de situações narrativas, integrar a perspectiva continental à representação do espaço, destacando-se o andino e amazônico.O século XIX é uma época de incertezas sobre a identidade na sua relação seja com o espaço regional/local e nacional ou continental, seja com a humanidade em geral. Neste simpósio temático, propomos uma aproximação da literatura (ensaio, lírica, poesia épica, narrativa, drama) desse século e suas margens a partir das questões condutoras abaixo indicadas. Elas são, no entanto, apenas um ponto de partida para a discussão, que está aberta para outras perspectivas, entre outras:

  • em que medida criam-se na literatura espaços que transgridem os espaços tradicionais da nação?
  • em que medida se estabelecem o espaço andino e amazônico como novos espaços de reflexão, além do nacional e do panamericano?
  • qual a dinâmica entre os espaços locais e os nacionais, por um lado, e, por outro, o pan-continental e o universal?
  • qual a relação entre o subjetivo ou individual e o universal ou coletivo?
  • qual a situação do universalismo nos diferentes movimentos literários ao longo do século (Simbolismo, Realismo, Naturalismo, Modernismo hispano e Parnasianismo brasileiro, assim como a Ilustração tardia das primeiras décadas)?
    *que motivos, figuras e topoi se associam ao universal?; correspondem as visadas para além dos limites da nação a posições nos debates (ideológicos ou estético-literários) nacionais? De que maneira isso acontece?
  • que reformulações ou novas interpretações de figuras históricas, literárias, míticas ou lendárias (p.ex.: Colombo) encontramos, com sentido pan-continental ou universal?
  • em que medida se articula na literatura de viagem (amazônica) o desejo romântico do universal?; qual o papel do índio nesses processos de reformulação do espaço identitário?
  • em que medida o novo classicismo finissecular se aproxima do classicismo da Ilustração? Em que medida é herdeiro do Romantismo?
  • que imagem do público tem essa nova produção literária? E como reagem o público e a crítica a essa mudança de rumos no fazer literário?

Sektionsbeschreibung: https://docs.wixstatic.com/ugd/e11524_e8736de8a681453db8cbe1e934972142.pdf

Die Einreichfrist für Beiträge ist der 29. Januar 2018

Kontakt: dirk.brunke@rub.de, marcos.machadonunes@rub.de

Beitrag von: Dirk Brunke

Redaktion: Christof Schöch