Stadt: Bielefeld

Beginn: 2014-11-11

Ende: 2014-11-11

URL: http://www.uni-bielefeld.de/cias/pdfs/11112014_Symposium_Flyer.pdf

Quando, em 1964, os militares brasileiros derrubam o governo democrático de João Goulart, dá-se início a uma sucessão de golpes militares a que se seguiram longos períodos de ditadura na América do Sul. O que distingue essas ditaduras militares de outros regimes autoritários foi sua determinação de impor modelos de modernização conservadora que davam preferência às forças de mercado. Como na sociedade existiam propostas alternativas à organização social e econômica, os militares combinaram a tomada do poder com uma guerra peculiar de extermínio de possíveis adversários políticos. O caso brasileiro não foi exceção. Pelo contrário, em certa medida, o golpe de 1964 revela-se como precursor da repressão militar em países como o Chile e a Argentina.

Que o procedimento dos militares seguia uma estratégia a longo prazo se nota também no fato de que sua retirada do poder em 1985 não significou uma mudança do novo modelo socioeconômico. Nesta perspectiva, as duas décadas de regime militar não se apresentam como um breve período na história recente ao qual a redemocratização pôs um fim. Tudo leva a crer que a ditadura e a violência com que essa procedeu deixaram um grave legado à jovem democracia brasileira.

É esse legado que a Jornada 50 anos depois do golpe: memória e esquecimento da ditadura militar no Brasil na Universidade de Bielefeld pretende analisar e discutir. Um dos problemas mais árduos da memória da ditadura certamente é a violência com que os militares combatiam seus opositores. A atitude do Estado frente a violência, a dimensão da violência empregada e seus modos de agir são muito esclarecedores referente ao caráter do regime militar e a sua visão da sociedade.

A proposta da Jornada em Bielefeld é que a ficção acaba por encontrar formas de falar mais claramente desta realidade. Não se trata somente de que a ficção tenha mais liberdade de expressão e possa, desta forma, dizer o que em outros contextos não se diria. Ou seja, a literatura e o cinema não só tratam de guardar ou recuperar uma memória daquilo que cai no esquecimento. O que está em questão é que a literatura e o cinema tendem a encenar as maneiras como a sociedade se lembra ou não se lembra daquilo pelo que passou. Texto e filme, em outras palavras, confrontam-nos com nossa própria relação com o passado. Desta forma, também revelam o presente em que vivemos.

Programa / Program

Sala / room D3 – 121
09:00 – 09:45 Joachim Michael: Abertura e introdução / Opening and Introduction
09:45 – 10:30 Jaime Ginzburg: The Construction of Literary and Filmic Memory of the Military Coup in Brazil
10:30 – 11:00 Intervalo / coffee break
11:00 – 11:45 Vania Kahrsch: Exílio e memória
11:45 – 12:30 Moema Augel: A literatura negro-brasileira. Silêncio e lembrança
12:30 – 14:00 Almoço / lunch break
14:00 – 14:45 Enrique Rodrigues Moura: Flávio Tavares. Memória cívica da ditatura brasileira
14:45 – 15:30 Sebastian Scheerer: The Military Coup and Carlos Marighella’s Minimanual of the Urban Guerrilla
15:30 – 16:00 Intervalo / coffee break

Sala / room N6 123
16:00 – 17:30 Exibição do filme Eu me lembro de Fernando Lobo / Exhibition of the film Eu me lembro by Fernando Lobo
17:30 – 18:15 Fernando Lobo: Memória e esquecimento. Cinema e ditadura no Brasil.

Livraria / bookshop Mondo Buchhandlung & Galerie
Elsa Brandström-Straße 23
20:00 – 21:30 Leitura / reading: K de / by Bernardo Kucinksi na / in Buchhandlung Mondo

Beitrag von: Sandra Becker

Redaktion: Christof Schöch